Matéria de Conforto Ambiental
- Caio Desenhos - Adaptação de livos
- 23 de jan. de 2017
- 5 min de leitura
Conforto ambiental

O conforto ambiental nas edificações é matéria cada vez mais presente e discutida nos congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando aprimorar a qualidade de vida para as pessoas. O conforto ambiental das edificações pode ser entendido como adequação ao uso do homem, respeitando condições térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o desempenho da edificação e seu contexto urbano.
Conforto visual
Os aspectos referentes ao conforto visual são subjetivos, no entanto destaco para vocês que as paisagens preferidas das pessoas geralmente são espaços que possibilitam uma visão ampla do horizonte, que contempla visuais dinâmicos e naturais. Os ambientes construídos com formas e elementos arquitetônicos diferenciados são sempre bem-vindos e também agradam as pessoas. Por isso, é importante planejar as cidades de forma a permitir mais integração entre os espaços artificiais, construídos, e os ambientes naturais.
Conforto acústico
Observar as condições locais de conforto acústico contribui para confrontar o tipo de atividades potenciais ao empreendimento em relação às atividades permitidas pelo plano diretor da cidade. O desempenho da edificação sob o aspecto de conforto acústico se faz necessário para promover ao homem o adequado desenvolvimento das suas atividades diárias (descanso, lazer ou trabalho). Além disso, o conforto acústico eficiente nos ambientes pode minimizar a incidência de estresse no homem, pois ambientes mais silenciosos facilitam a concentração. Para medir o desempenho acústico das edificações é necessário realizar medições em condições complexas, pois tal medição envolve a escala urbana. A localização do empreendimento é fator determinante para que a edificação apresente ou não qualidades acústicas, devido principalmente à intensidade do fluxo de veículos. A poluição sonora é usada como critério de planejamento de uso e ocupação do solo das cidades, conforme o plano diretor urbano. Dessa forma, as atividades propostas no plano diretor seguem critérios para o zoneamento, de acordo com a compatibilidade entre as atividades e as áreas industriais. Excesso de ruído e poluição não é adequado ao uso residencial, por exemplo. Um exemplo típico de área urbana que tem restrições de ocupação devido a problemas acústicos é o entorno de aeroportos. Essa área é prejudicada pela poluição sonora gerada pela decolagem e pouso de aeronaves, o que não é compatível com atividades que exigem mais concentração como escolas, por exemplo.
Conforto térmico da edificação
Qualquer atividade humana exige gasto de energia. A energia é inesgotável? Durante muito tempo realizamos nossas atividades sem preocupação com os gastos energéticos, entretanto; a partir da década de 1980, a população brasileira vivenciou a experiência da crise energética. As questões relacionadas à escassez de energia ocasionam diferentes problemas de cunho ambiental, social e econômico. Esses problemas afetam toda a sociedade prejudicando o fluxo de negócios em todas as áreas. Os empreendimentos imobiliários dependem do fornecimento de energia para seu funcionamento, além disso, gastam muita energia para sua produção. Para minimizar os gastos energéticos excedentes em um imóvel é importante planejar estratégias que possibilitem maior eficiência energética à edificação. Para um desempenho energético adequado, a arquitetura deve respeitar as condições climáticas de cada local, além das demais necessidades dos seus usuários. A forma e a função não são mais os únicos objetivos de uma edificação. Agora a eficiência energética e os requisitos ambientais também devem ser considerados nos empreendimentos que pretendem atingir elevados níveis de satisfação dos seus clientes. Segundo Lamberts, Dutra e Pereirao projeto eficiente sob o ponto de vista energético deve garantir uma perfeita interação entre o homem e o meio em todas as escalas da cidade: global, regional e local. As condições climáticas de cada região fornecem os subsídios para as decisões sobre a forma arquitetônica a ser projetada, os materiais utilizados e a distribuição funcional dos espaços em relação à orientação solar mais favorável para cada ambiente. Quando estamos trabalhando com conceitos da eficiência energética na arquitetura, não significa dizer que o edifício deve ser desprovido de iluminação e condicionamento artificial. As estratégias são utilizadas para minimizar o uso de recursos artificiais, diminuindo gastos com a conta de energia elétrica, tanto nas edificações residenciais, como nas comerciais e industriais.
Eficiência energética
O conceito de eficiência energética, segundo Lamberts, Dutra e Pereira pode ser entendido como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é considerado mais eficiente do que outro se esta edificação oferece as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia.
Estratégias arquitetônicas para a eficiência energética das edificações
Entender os fatores climáticos locais (orientação solar, umidade do ar, ventos predominantes de cada local) é importante para observar o custo versus os benefícios proporcionados pela utilização de estratégias de projeto que melhoram o conforto térmico do empreendimento. Vale ressaltar que o custo deve ser analisado do ponto de vista do usuário final, pois os benefícios se estendem por toda a vida útil da edificação. Os fatores dinâmicos do clima afetam o desempenho térmico do edifício.
Os ganhos e perdas de calor da edificação também dependem de algumas variáveis arquitetônicas.
Alguns exemplos de influência térmica dos elementos da arquitetura destacam os seguintes fatores:
::: as características dos materiais das fachadas externas (expostas às condições climáticas);
::: a cor utilizada nas fachadas externas;
::: a orientação solar;
::: a forma e a altura da edificação
::: a orientação e o tamanho das vedações transparentes;
::: as características do entorno da edificação;
::: a orientação em relação a ventilação; o desmpenho das aberturas, quanto às possibilidades de iluminação natural, bem como suas devidas proteções à insolação inadequada;
::: a localização estratégica dos condicionadores de ar artificiais.
Cada região tem estratégias específicas para as soluções arquitetônicas a serem adotadas nas edificações, já que as cidades brasileiras apresentam características climáticas bem diferenciadas entre elas.
Estratégias para a ventilação
Toda edificação necessita de quantidades adequadas de ventilação. Existem dois tipos de ventilação nas edificações: a higiênica e a térmica. A ventilação higiênica tem caráter permanente, pois é necessária a qualquer hora e em todas as épocas do ano. Já a ventilação térmica é necessária apenas quando o ar interior da edificação está mais quente que o ar exterior.
Estratégias para a ventilação, adaptadas de Sattler (2004) e Lamberts, Dutra e Pereira (2004):
::: promover a ventilação cruzada – o ar que entra deve ter alguma saída oposta;
::: as aberturas de entrada de ar devem ser localizadas nas zonas dos ventos predominantes favoráveis;
::: a ventilação mais adequada é aquela em que o fluxo de ar entra pelos dormitórios e sai pela parte de serviço;
::: o ar quente tende a subir, por isso a abertura de entrada de ar deve estar situada mais baixa que a de saída;
::: no inverno é interessante manter uma ventilação higiênica, ou seja, acima do nível da cabeça do usuário, junto ao forro.
Fatores que Influem na Ventilação Natural A ventilação natural podem ser definidos pela movimentação do ar no interior dos edifícios sem que haja a indução por sistemas mecânicos. Esta movimentação ocorre na presença de diferentes pressões de ar, seja por influência dos ventos ou por temperaturas distintas de densidades diferentes.

Dentre as características físicas que influem na ventilação de uma edificação podemos citar: ● Ventos dominantes locais (frequência, direção e velocidade); ● Radiação solar, de acordo com cada ambiente; ● Umidade relativa do ar. Para garantir o conforto térmico através da ventilação é necessário mensurar a taxa adequada do fluxo de ar, mantendo o equilíbrio entre a temperatura e a pressão dos ambientes. A ventilação natural pode causar desconforto e resfriamento indesejado, caso não planejada adequadamente. O Brasil é um país onde a temperatura média é quente e úmida, durante o dia as variações climáticas são de baixa amplitude, permitindo a larga utilização da ventilação natural no controle térmico residencial.
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